Consideramos que somente após noites secas contínuas é que o medicamento poderá ser suspenso.
Consideramos que somente após noites secas contínuas é que o medicamento poderá ser suspenso.
O alarme é o recurso mais eficaz dentro da redução miccional. Trata-se de um aparelho colocado no pulso e conectado por um fio que fica preso na cueca ou calcinha. Aos primeiros sinais de perda urinária, ou seja, quando o xixi escorre e molha o conector preso à roupa, dispara uma campainha (presa do pulso), que faz com que a criança desperte. Desse modo, ela molha apenas os genitais e corre para o banheiro para terminar de urinar. O uso diário acaba condicionando a criança. No início do tratamento, ela passa a acordar antes do aparelho tocar, quando a bexiga está cheia. O alarme resolve de 70% a 80% dos casos de enurese primária.
Levantar no meio da noite mais de uma vez na semana para acudir o filho que molhou a cama aborrece e decepciona os pais. A criança é incapaz de controlar a situação. O melhor a fazer é procurar entender o que está acontecendo, conversar com seu filho a respeito e pensar em formas de ajudá-lo a superar o problema. E nunca repreendê-lo, com gestos ou palavras, e muito menos fisicamente.
Existem várias terapias que podem ser usadas, mas não um tratamento único capaz de resolver todos os casos. Cada criança se adapta melhor a uma das opções disponíveis. Com orientação adequada, os resultados começam a aparecer em poucas semanas. A criança que fazia xixi na cama diariamente passa a reduzir o número de noites molhadas progressivamente. As avaliações periódicas são necessárias para a correção das doses dos medicamentos prescritos. Nossos pacientes têm ficado 100% secos.
Se a criança faz xixi na cama de vez em quando – por exemplo, uma vez por semana –, convém esperar o controle, que ocorrerá naturalmente. Mas, se ele molha a cama quase toda a noite ou se há qualquer outro sintoma associado a esse hábito, como molhar a roupa também durante o dia, o que já deveria ter sido controlado ao redor dos 3 anos, vale a pena buscar orientação logo para evitar sofrimentos futuros. Especialmente se os pais também tiveram enurese noturna na infância.
Em alguns casos, sim, a adoção desses procedimentos pode ser suficiente para controlar a enurese noturna.
- Reduzir a oferta de líquidos à noite.
- Estimular a ida ao banheiro para esvaziar a bexiga antes de dormir.
- Prestar atenção no retorno de festinhas. Para evitar “acidentes”, leve-o até o banheiro antes de ir para casa, pois ele pode adormecer no caminho de volta.
- Instituir alguma recompensa ou celebração quando ele acordar com o lençol seco. Você pode adaptar o mapa de adesivos de sol e chuva que utilizamos na Clínica.
- Treinar a “retenção urinária”. Consiste em dar líquido (água ou suco) para ele beber às 9 horas da manhã ou às 15 horas. Após 15 ou 20 minutos, ele terá vontade de urinar. Peça que ele segure a vontade por um ou dois minutos, ou o quanto agüentar. Assim ele está sendo hidratado no período certo (que não é antes de dormir) e fazendo exercícios para aumentar a capacidade vesical e estimular a sensação de bexiga cheia.
Em situações como da separação dos pais, nascimento do irmão ou mudança de escola, às vezes a criança passa a molhar a cama. Nesse caso a enurese é do tipo secundário, que é diferente da mais comum e pode ser resolvida apenas com o tratamento psicológico. Nas crianças com enurese primária, que nunca tiveram um bom controle da bexiga durante o sono, o estresse tende a aumentar a ansiedade e agravar o quadro. Portanto, para obter bons resultados, a abordagem médica deve ser mais ampla, com tratamento psicológico associado ao medicamento.
Não devem agir com ansiedade ou repressão e devem respeitar as etapas naturais para a suspensão do uso da fralda (diurna e noturna). Uma atitude demasiadamente preocupada pode atrapalhar o controle habitual da micção da criança e conseqüentemente o desaparecimento da enurese.
Normalmente os pais tendem a se culpar por tudo de errado que acontece com seus filhos. Mesmo quando não têm culpa nenhuma. A enurese noturna primária é simplesmente uma característica genética com a qual a criança nasceu e que é possível superar. Portanto, não há qualquer razão para os pais se penitenciarem.
Os dados da Clínica de Enurese revelam que 20% das crianças e adolescentes com enurese apresentam também enxaqueca.
Nossa experiência indica que sim. Constatamos, no atendimento diário, que um terço dos pacientes que nos procuram apresentam a associação dos dois quadros: xixi na cana + hiperatividade.
As várias publicações citam que, atingindo 90% de noites secas o paciente está curado. Na Clínica de Enurese, o objetivo para considerar-se o paciente curado é 100% de noites secas.
Segundo a orientação da nossa Clínica, a partir dos 5 anos, se a criança ainda urina na cama, deve-se procurar tratamento especializado, pois é uma idade em que a criança começa a ficar incomodada com a enurese, podendo sofrer emocionalmente.
Os exames, no caso da enurese noturna primária, são dispensáveis, pois o diagnóstico é feito pela história clínica do paciente e pelo exame clínico. Existindo suspeita de comprometimento neurológico ou urológico, recorremos aos exames laboratoriais radiológicos, ultra-sonográficos e outros.
Esse é um procedimento que na maior parte dos casos também não traz qualquer benefício, pois a criança pode não despertar, despertar já molhada e até não conseguir dormir novamente.
Esse procedimento não é indicado, pois interfere negativamente no sono da criança e não traz nenhum benefício. Na maior parte das vezes, a criança não desperta totalmente e não tem consciência do ocorrido. Além disso, interfere no sono dos pais e, conseqüentemente, no seu estado de humor.
Não há nenhuma relação entre a profundidade do sono e a enurese, conforme um estudo realizado por nós junto com os colegas do laboratório do sono do Hospital Albert Einstein em 1993.
Não conhecemos resultados positivos com tratamentos alternativos. Muitos pacientes que procuraram a Clínica de Enurese já haviam feito tratamentos alternativos, sem sucesso.
Qualquer medicamento, quando usado, pode apresentar efeitos adversos. Portanto, é necessário que o tratamento seja orientado por profissionais familiarizados com os medicamentos usados e que saibam contornar os efeitos desagradáveis, mesmo os discretos.
Não há dados registrados na literatura, mas temos informações de médicos psiquiatras, de longa experiência, referindo haver maior incidência de dificuldade sexuais nos pacientes enuréticos tratados tardiamente do que nos pacientes que não tiveram enurese na adolescência.
Há casos em que a enurese noturna primária desaparece sem qualquer tratamento. A questão é que não conseguimos saber os casos que vão se superar espontaneamente, nem quanto tempo pode passar até que isso aconteça. Além disso, não há possibilidade de se saber em que escala o estado emocional da criança poderá ficar comprometido por conta da enurese.
A enurese noturna primária é a mais freqüente. Ela corresponde a cerca de 90% dos casos.
Não em todos. A terapia psicológica é de fundamental importância nos casos de enurese noturna secundária e em casos especiais de enurese noturna primária. A orientação à família também é um procedimento muito importante para o sucesso terapêutico.
Muitas vezes as crianças enuréticas apresentam a auto-estima baixa, o que interfere no comportamento emocional, ou seja, elas podem se tornar tímidas, retraídas, envergonhadas, e até deixar de acreditar nas próprias capacidades. O comprometimento emocional exerce influência, sim, sobre a atenção, a concentração e, conseqüentemente, o rendimento escolar.
Sim, isso é verdadeiro. Dois terços dos pais enuréticos poderão ter filhos com sintomas de enurese.
Esta possibilidade existe. A falta de controle de urina pode ser causada por alterações hormonais, neurológicas congênitas da bexiga ou da coluna, diabetes não controlado, infecção urinária ou intestino preso (obstipação intestinal). Na Clínica de Enurese, com perguntas específicas e o exame clínico, conseguimos diferenciar esses casos e, quando necessário, recorremos aos exames laboratoriais, radiológicos, ultra-sonografia e outros, para confirmar a suspeita. Mas podemos dizer que 95% das crianças não necessitam realizar exame algum para confirmar o diagnóstico de enurese primária.
Doença, não, mas desenvolvimento defasado. Consideramos que a continuidade do hábito involuntário de fazer xixi na cama após os 5 anos é decorrência de uma defasagem do desenvolvimento do cérebro na identificação da bexiga cheia, durante o sono. Além disso, nessas crianças, o hormônio vasopressina, que regula a formação da urina, é secretado em volume menor do que o ideal para o controle da enurese.
Geralmente, a criança deve abandonar o uso da fralda entre 2 e 3 anos de idade. Inicialmente, tira-se a fralda durante o dia. Quando a criança começa a acordar seca com alguma freqüência, recomendamos tentar tirar a fralda também à noite. Lembre-se de que devemos respeitar as individualidades, pois cada criança tem o seu ritmo de desenvolvimento.